Peter, o Sensei do Gi vermelho carimbo

Ou como passar de cinto castanho a 4º Dan para idiotas

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Casório

Caros leitores, amigos e detratores, muito nos apraz informar que o Renshi Pedro Miguel Mariano Esteves, deu o nó, num percurso que desejamos feliz e próspero.

Sem qualquer depreciação de sua família, não nos inibimos no entanto de relatar ligeira e jornalisticamente toda a envolvente cerimoniosa.

Devo dizer que não foi um caminho fácil. Pedro queria casar pela Igreja, mas tendo cadastro em todas as mesquitas, sinagogas e capelas deste país, era difícil não casar pelo civil. Seria opção face ao sujeito ser conhecido em todos os templos sagrados em território nacional, não por roubar esmolas, mas por roubar cera das velas com a qual faz os moldes dos carimbos.

Dirigiu-se portanto ao cartório, mas nem mesmo mascarado com bigode Poirot e chapéu de côco conseguiu iludir o funcionário que já o conhecia dos círculos de falsários da área metropolitana de Lisboa, onde foi responsável por vários seminários TED talk sobre falsificação de documentos.

Precisou de recriar criativamente o seu nome e com burka lá conseguiu casar sob o nome de ' PeterMig', uma vez que é conhecido pelo seu nome verdadeiro pela internet, o que é bom, pois é a única coisa que ainda não conseguiu falsificar.

Levou à cerimónia uns chinos com um polo que ao invés de ter um crocodilo Lacoste, envergava um sardão das Berlengas, virado para a axila. O copo de àgua que afinal era vinho, para condizer com o falsário estava pejado de amigos, que eram falsos amigos, pois os amigos verdadeiros de Pedrinho são os cintos pelos quais vendeu a sua integridade.
As entradas estavam soberbas. Todo o camarão passava por delícias do mar panadas, e até o presunto com melão era rodelas de fiambre envoltas em maçã reineta.
O vinho verde gaseificado era afinal palheto com gasosa e até a coroa de flores não passava de uma frondosa imitação de plástico de girassóis comprados no maxmat.

Podiamos continuar a ficcionar esta cerimónia de um falsário, mas é castigo suficiente a falha de personalidade que no seu íntimo carregará todas as noites quando se deitar na almofada e enganar-se a si mesmo de molde a justificar o que faz.

A glória do que logrou atingir é efémera embora não pareça a espíritos pobres. Que conseguiu ele e outros? Um reconhecimento que surge por osmose cromática de um cinto, um mero cinto que parece ser mágico pela consideração que compra e que sem ele se tornaria tão difícil obter semelhantes graus de aceitação.

A glória é efémera Pedro...espero que esta nova etapa te encontre pleno de felicidade, e que por algum milagre, certo dia cumpras o programa todo até à tua graduação.

Senão, sempre podes vir ter connosco aqui.

Salut.